quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

2º microconto


Falha!

Era lascivo seu gemido, inebriante, o tremor daquelas cadeiras, que comandavam seu corpo todo, que acabara de ter um banho exaustivo de suor, quente... como a temperatura que nela subia... e ia cada vez mais fundo... num espiral de tortura e gozo, que só quem ama entende... 
E ela dançava, com o olhar...com as mãos... com o sorriso... com os cabelos...
Ele ali, boquiaberto, diante de tão fêmea criatura, admirado com a beleza lanscinante, não pode mais propor sorver-lhe o céu daquela boca de cereja, não que não quisesse, mas o nervoso diante de tanto talento era sóbrio demais pra tão enebriante sensação...
Falhou!

Fim

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

1º Microconto que escrevo... Intitula-se...


Galão D'água

Ela estava lá... hirta de tanto medo, molhada de suor, e lhe corria um frio pela espinha...
Ele então, que sabia ousar e muito de seu poder de chefe, gritou, esbravejou e cobrou, de novo, aquela produção, aqueles números... "onde estavam as vendas?" Perguntava ele, com tom sínico no olhar... verde de arrogânica... "na sua gaveta?"
Saiu, da sala, via diante de si uma onda jorrando em lágrimas... perdidas...revoltas...não viu aquele galão de água, que tantas vezes lhe matara a sede, onde tentava calcular como conseguir mais vendas... e o estribuchou... rachou e vazou como sangue de um morto, toda a sua água existente...
Ficou fora de si, revoltou-se como o mar revoltado de seus olhos, com o grito dos companheiros, e finalmente deu vazão ao seu surto, gritou, esbravejou, vociferou... "vocês, que vendem, vendem a alma, ou a cama?
Pegou a bolsa, e amorosamente, visitou o chefe.
Aquele hashi que lhe servia únicamente para prender os cabelos, foi violentamente metido na jugular,  a parte fina entrou, o sangue jorrou, ele também já sem vida, como aquela água, daquele galão, tombou seco.

Fim