Era lascivo seu gemido, inebriante, o tremor daquelas cadeiras, que comandavam seu corpo todo, que acabara de ter um banho exaustivo de suor, quente... como a temperatura que nela subia... e ia cada vez mais fundo... num espiral de tortura e gozo, que só quem ama entende...
E ela dançava, com o olhar...com as mãos... com o sorriso... com os cabelos...
Ele ali, boquiaberto, diante de tão fêmea criatura, admirado com a beleza lanscinante, não pode mais propor sorver-lhe o céu daquela boca de cereja, não que não quisesse, mas o nervoso diante de tanto talento era sóbrio demais pra tão enebriante sensação...
Falhou!
Fim
3 comentários:
Pura prosa poética aqui.
É nisso que dá quando poetas se metem a escrever contos. A poesia invade toda prosa, resultando em uma explosão de sentimentos.
Falo isso porque também eu comecei poeta. E ainda que agora esteja longe dos poemas, minha prosa é toda assim. Às vezes até rimada. hehehehe.
Parabéns novamente.
Um lindo texto para se sentir, mais do que ler.
Eu já conhecia este belo texto nas comunidades do Orkut.
Realmente, o verso se vestiu de prosa, e nessa roupagem inundou de poesia o miniconto, por sinal picante...
Essa boca de cereja... ainda hoje me fica essa imagem forte dentro do texto... Coisas de leitor inexperiente rsrs.
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