quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

2º microconto


Falha!

Era lascivo seu gemido, inebriante, o tremor daquelas cadeiras, que comandavam seu corpo todo, que acabara de ter um banho exaustivo de suor, quente... como a temperatura que nela subia... e ia cada vez mais fundo... num espiral de tortura e gozo, que só quem ama entende... 
E ela dançava, com o olhar...com as mãos... com o sorriso... com os cabelos...
Ele ali, boquiaberto, diante de tão fêmea criatura, admirado com a beleza lanscinante, não pode mais propor sorver-lhe o céu daquela boca de cereja, não que não quisesse, mas o nervoso diante de tanto talento era sóbrio demais pra tão enebriante sensação...
Falhou!

Fim

3 comentários:

Anjo disse...

Pura prosa poética aqui.

É nisso que dá quando poetas se metem a escrever contos. A poesia invade toda prosa, resultando em uma explosão de sentimentos.

Falo isso porque também eu comecei poeta. E ainda que agora esteja longe dos poemas, minha prosa é toda assim. Às vezes até rimada. hehehehe.

Parabéns novamente.
Um lindo texto para se sentir, mais do que ler.

Éderson Marcos disse...

Eu já conhecia este belo texto nas comunidades do Orkut.

Realmente, o verso se vestiu de prosa, e nessa roupagem inundou de poesia o miniconto, por sinal picante...

Essa boca de cereja... ainda hoje me fica essa imagem forte dentro do texto... Coisas de leitor inexperiente rsrs.

Éderson Marcos disse...
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